Abastecer ou produzir com gás natural vai
ficar mais caro na Paraíba. Isto porque a Companhia Paraibana de Gás
(PBGás) anunciou ontem, em audiência pública, um reajuste médio de 4,73%
sobre a tarifa bruta do gás comercializado no Estado.
Este percentual é uma média das taxas de reajuste de diferentes
segmentos. No caso do GNV (Gás Natural Veicular) o impacto será de 4,1%
nos postos. O consumo residencial e comercial serão os mais impactados
com percentuais de 7,6% e 7,4%, respectivamente, e a indústria – que
corresponde a 75% das vendas da Companhia – sentirá um acréscimo de
4,8%.
A nova tarifa vale a partir de 1º de junho deste ano, mas segundo o
diretor presidente da PBGás, David dos Santos, a Companhia irá aplicar o
reajuste gradativamente até abril de 2014. “A nossa relação, no caso do
GNV, é com os postos de combustíveis. Se eles elevarem o preço de
imediato dentro do percentual previsto para ser alcançado até o próximo
ano será por conta própria”, afirmou.
A tarifa do gás é formada por três elementos: o custo (que é
calculado pela Petrobras), os tributos que incidem sobre a produção
deste e, por fim, a margem de distribuição (esta última de competência
da PBGás e a única que, de fato, sofreu alteração). O último reajuste da
margem da Companhia aconteceu em agosto de 2008 e foi de 25,2% - de R$
0,1896/m³ para R$ 0,2375/m³. Dessa vez, o percentual foi de 13,39% -
saindo de R$ 0,2375/m³ para R$ 0,2693/m³ - e foi este número o que
impactou na tarifa bruta final.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de
Derivados de Petróleo do Estado da Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Hamad,
os postos de combustíveis deverão aplicar o reajuste, conforme analisem
melhor. “Mas, na minha opinião, o GNV só vem perdendo em competitividade
e é caro”.
Sobre o assunto, o diretor da Mastergás, Fábio Nogueira, afirmou que
discorda da política da PBGás e completou dizendo que a Companhia anda
na contramão do incentivo ao consumo do gás. “Em Pernambuco, por
exemplo, o metro cúbico do gás custa em média R$ 1,69, enquanto na
Paraíba está a R$ 1,76/m³ em média. Essa diferença se deve ao fato de
que o governo estadual de lá isentou o gás do ICMS, justamente agora que
ele fica mais caro aqui”, pontuou. Nogueira explicou que os postos
deverão analisar o reajuste para só então repassarem os valores para o
consumidor. “Vamos averiguar friamente o repasse”, concluiu.
A nova margem foi aprovada pela Agência de Regulação do Estado da
Paraíba (ARPB) e publicada no Diário Oficial do Estado em 27 de abril de
2013.
Conforme explicou David dos Santos, o reajuste sobre a margem esteve
bem abaixo da inflação para o período de 2008 até 2013 (+23,41%) e que
foi necessário para a manutenção da competitividade da empresa. “O
contrato de concessão permite o reajuste anual, mas este reajuste só
deve acontecer quando há diferenças de custos e outros fatores
relevantes como agora.
A Companhia, de qualquer modo, quer mostrar a indústria paraibana que
há uma boa vontade por nossa parte uma vez que passamos um longo
período absorvendo os reajustes da Petrobras”, comentou.
PREÇOS DO GNV
Se o reajuste de 4,1% for aplicado ao GNV no preço preço médio do metro cúbico em João Pessoa, o valor aumenta sete centavos (de R$ 1,805 para R$ 1,87) e mínimo de R$ 1,76 para R$ 1,83.
Se o reajuste de 4,1% for aplicado ao GNV no preço preço médio do metro cúbico em João Pessoa, o valor aumenta sete centavos (de R$ 1,805 para R$ 1,87) e mínimo de R$ 1,76 para R$ 1,83.
Já Em Campina Grande como os três preços (mínimo/médio/máximo) estão
uniformizados em R$ 1,81, segundo a ANP, o novo valor ficaria em R$ 1,88
contra R$ 1,81 atual. (Colaborou Alexsandra Tavares)
INDÚSTRIA DIZ QUE ALTA REDUZ COMPETITIVIDADE
Com 75% de vendas para a indústria, a alta do gás natural tem
impacto direto nos custos do setor industrial. O vice-presidente da
Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB) e presidente do
Sindicato da Indústria Têxtil da Paraíba, Magno Rossi, afirmou que o
reajuste de 4,8% vai gerar perda de competitividade e diminuir a
geração de emprego. “Temos o valor do gás natural mais caro do mundo e
fico perplexo com estes reajustes. Estamos falando de um país que está
projetando uma inflação de 5,8% ao ano e este tipo de aumento recai no
produto final, tira a competitividade da indústria e provoca perda de
emprego”, frisou.
Magno Rossi informou ainda que em países desenvolvidos como os EUA se
paga US$ 4,5 por milhão de unidades térmicas britânicas (MBTU) e no
Brasil este valor é de US$ 16 a US$ 18 por MBTU. “Precisamos reavaliar
os insumos na indústria. O nosso produto vai ficar mais caro do que os
outros estados com estes reajustes no gás natural. Isso é lamentável.
Precisamos que alguém acordo para isso para que possamos competir com o
resto do país”.
Fonte Jornal Da Paraíba
Nenhum comentário:
Postar um comentário