A rede esticada na árvore vai ser o dormitório dos colombianos Javier
Ruiz e Davi Gusmán durante a Rio+20. Sem dinheiro para pagar as altas
tarifas dos hotéis e albergues, eles acampam na UFRJ, na Praia
Vermelha, na Zona Sul da cidade. Mais de 2 mil jovens são aguardados no
camping improvisado no gramado da universidade, que fica a poucos
minutos do Aterro do Flamengo, onde vai acontecer a Cúpula dos Povos.
Javier e Davi aprovaram a primeira noite na rede fixada nas árvores do campus da UFRJ (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Javier e Davi, ambos de 34 anos, chegaram ao Rio de Janeiro
na quarta-feira (13). Na falta de barraca e de colchonetes, eles
passaram a primeira noite em companhia do sereno e do vento gelado.
“Essa nossa suíte é melhor do que a de um hotel cinco estrelas.
Podemos admirar as estrelas, sentir a brisa e ouvir o som dos pássaros.
E tudo isso ainda de graça. Ainda não choveu, então não tenho do que
reclamar”, conta Davi, que utilizou o artifício de um mosqueteiro para
evitar a visita dos indesejados insetos.
Pesquisas no Norte do Brasil
A dupla de colombianos explica que desenvolveu o hábito de dormir em redes durante uma temporada no Pará.
Eles visitaram cidades do norte do país por dois anos, durante uma
pesquisa com as mulheres quebradeiras de coco babaçu. Atualmente,
Javier faz mestrado na Universidade de Madri e Davi é aluno do curso de
planejamento do desenvolvimento na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Os dois vão participar de fóruns e discussões na Cúpula dos Povos,
que acontece paralelamente à Rio+20, de 16 a 19 de junho. Para Javier,
a Rio+20 se diferencia das outras conferências por ter conseguido uma
maior participação e mobilização da sociedade.
“Todo mundo está mais consciente dos seus deveres em adotar medidas
mais sustentáveis para o planeta. Acho que nos debates podemos chegar a
algumas soluções, principalmente para as comunidades e aldeias
pequenas”, argumenta o pesquisador, que também participou da
Conferência de Joanesburgo, em 2002.
Tradutores voluntários
Durante a Rio+20, o campus da UFRJ vai abrigar integrantes de 100 movimentos jovens nacionais e estrangeiros. Para facilitar a comunicação, foi criado um grupo de tradutores voluntários.
Durante a Rio+20, o campus da UFRJ vai abrigar integrantes de 100 movimentos jovens nacionais e estrangeiros. Para facilitar a comunicação, foi criado um grupo de tradutores voluntários.
“Vão ficar acampados aqui jovens da Romênia, Rússia, Alemanha,
Canadá e Estados Unidos. É importante que todos discutam e trocam
idéias que possam ajudar a melhorar a vida em comunidade”, afirma Lívia
Alencar, de 25 anos, integrante da Rede da Juventude pelo Meio Ambiente
e Sustentabilidade.
Refeição para os alojados
A UFRJ disponibilizou 42 banheiros, sendo 26 com chuveiros, para os hospedados no camping. Os visitantes vão ganhar diariamente tíquetes de refeição no valor de R$ 24, que podem ser utilizados em restaurantes credenciados.
A UFRJ disponibilizou 42 banheiros, sendo 26 com chuveiros, para os hospedados no camping. Os visitantes vão ganhar diariamente tíquetes de refeição no valor de R$ 24, que podem ser utilizados em restaurantes credenciados.
Quem não conseguiu vaga no acampamento da Praia Vermelha pode
procurar por vagas no camping montado na Quinta da Boa Vista, na Zona
Norte do Rio.
Fonte:Globo
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