Lindemberg Alves, acusado da morte da ex-namorada Eloá Pimentel em
2008, deixou por volta das 7h40 desta quinta-feira (16) o Centro de
Detenção Provisória de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, rumo ao
Fórum de Santo André,
no ABC, para o quarto dia do seu julgamento. Os trabalhos devem ser
retomados a partir das 9h, com os debates entre acusação e defesa. Os
jurados, então, se reunirão para decidir pela absolvição ou condenação.
Passado esse ponto, a juíza vai ler a sentença e definir a pena dada ao
réu.
Esse deve ser o último dia do julgamento iniciado na segunda-feira
(13), pouco mais de três anos após o sequestro que culminou com a morte
da adolescente Eloá Pimentel em Santo André.
Na quarta-feira (15), o terceiro dia de julgamento do caso Eloá
terminou às 19h40. Lindemberg Alves, acusado de matar a garota, admitiu
pela primeira vez durante o júri ter atirado nela dentro do apartamento
em Santo André, no ABC, em 2008. Ele falou por mais de cinco horas,
contando os intervalos determinados pela juíza Milena Dias. Foi a
primeira vez que se pronunciou desde o crime.
Durante o interrogatório, o réu contou detalhes do momento da
invasão da PM ao apartamento. "Estávamos conversando os três no sofá.
Infelizmente aconteceram algumas reações. A polícia estourou a porta e
eu tomei um susto. Ela ameaçou um movimento e eu infelizmente atirei",
disse. "Pensei que ela pudesse vir para cima de mim. Eu vi o movimento
e atirei. Foi tudo muito rápido."
Questionado se atirou em Nayara, ele disse não se lembrar do fato:
"Não me recordo". "Quando fui ver, já estava sendo agredido pelos
policiais. Foi tudo muito rápido. Não tinha intenção." Ele disse também
que não teve tempo de pensar.
Lindemberg negou também ter atirado em um PM durante o sequestro.
"É ficção." O acusado disse que se sentiu "traído" pela polícia.
"Tiraram o contato com a minha irmã e começaram a tirar as pessoas do
local. Foi uma quebra de confiança. Eu fiquei na dúvida com a polícia."
Logo no início do julgamento, ele pediu perdão à mãe da vítima, Ana
Cristina Pimentel. Lindemberg começou a ser ouvido pouco depois das
14h, no Fórum de Santo André, no ABC. O depoimento foi encerrado pouco
antes das 19h45.
"Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a
sua dor", disse o réu. "Estou aqui para falar a verdade, afinal, tenho
uma dívida muito grande com a família dela." "Pela perda da família,
eles são as vítimas. Se estou encarcerado, estou pagando por algo que
eu fiz", disse.
Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor"
Lindemberg Alves
"Quando a polícia chegou, fiquei apavorado. Não sabia o que fazer",
relatou Lindemberg. Ele afirmou que as ameaças que fez nas ligações
telefônicas antes para os policiais eram "um blefe" para afastá-los do
local. Pelas transcrições, ele disse ao capitão Adriano Giovanini, do
Gate, que ia "matar as duas e se matar".
Arma
Lindemberg afirmou que recebeu ameaças de morte de um número de telefone desconhecido e de outro que não atendia quando ele retornou a ligação. Por isso, segundo ele, comprou a arma de um "senhor" que precisava voltar para sua terra natal. O réu afirmou não recordar o nome dele. Disse apenas que o homem tinha oferecido uma bicicleta e uma arma. A compra ocorreu 20 dias antes do sequestro, quando, segundo ele, estava separado de Eloá. Ele disse ter dado R$ 700 por ela. Por conta das ameaças, Lindemberg disse ter ido ao apartamento armado. “Eu tinha mais medo de morrer do que andar com arma ou responder por porte (ilegal) de arma.”
Lindemberg afirmou que recebeu ameaças de morte de um número de telefone desconhecido e de outro que não atendia quando ele retornou a ligação. Por isso, segundo ele, comprou a arma de um "senhor" que precisava voltar para sua terra natal. O réu afirmou não recordar o nome dele. Disse apenas que o homem tinha oferecido uma bicicleta e uma arma. A compra ocorreu 20 dias antes do sequestro, quando, segundo ele, estava separado de Eloá. Ele disse ter dado R$ 700 por ela. Por conta das ameaças, Lindemberg disse ter ido ao apartamento armado. “Eu tinha mais medo de morrer do que andar com arma ou responder por porte (ilegal) de arma.”
O acusado também disse que fez algo "impensado". "Eu estava muito
nervoso e tomei atitudes impensadas. Atirei para o chão para manter a
polícia longe do apartamento."
"O ambiente no apartamento não era favorável para que nós
descêssemos. Eu aguardava esse momento", afirmou. "Estou aqui para ser
o mais transparente e autêntico possível", afirmou à promotora, que
mostrou uma arma calibre 32 a ele perguntando se era igual à dele. "Se
não for ela, é parecidíssima."
Questionado por que não se emociona ao lembrar de Eloá, ele respondeu: "Eu não vim aqui para dar show, para comover ninguém".
fonte:globo
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