Do G1, com agências internacionais *
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos adiou nesta quinta-feira (28) a votação da nova proposta do plano do Partido Republicano para reduzir o déficit orçamentário do país e elevar o limite de endividamento do governo federal, informou o deputado republicano Kevin McCarthy, em nome do partido. A votação pode ocorrer nesta sexta-feira (29). Resta menos de uma semana para a data final estipulada pelo Departamento do Tesouro norte-americano para resolver o assunto.
A votação deveria ter começado por volta das 19h (horário de Brasília). Inicialmente, o líder republicado John Boehner pediu o adiamento da votação por algumas horas para costurar um acordo com seus colegas de partido, em vista de perspectivas incertas sobre a aprovação do plano.
A votação desta quinta aconteceria cinco dias antes do fim do prazo a partir do qual os EUA não poderão mais fazer empréstimos para pagar seus compromissos financeiros.
Na véspera, a Casa Branca reafirmou que um acordo no Congresso para elevar o teto da dívida é “essencial e possível”.
O governo dos EUA está correndo contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador. Se até o dia 2 de agosto o Congresso não ampliar o limite de dívida pública permitido ao governo, o país pode ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, há risco de calote - que seria o primeiro da história americana.
A elevação do teto da dívida permitiria ao país pegar novos empréstimos e cumprir com pagamentos obrigatórios.
Porta-voz da Câmara John Boehner fala nesta quinta-feira (28) no Capitólio. (Foto: Joshua Roberts/Reuters) Em maio, a dívida pública do país chegou a US$ 14,3 trilhões, que é o valor máximo estabelecido por lei. Isso porque, nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.
Entenda a proposta da oposição
O plano republicano prevê dois aumentos no teto da dívida norte-americana. O primeiro, de US$ 900 bilhões, ocorreria imediatamente após a aprovação do projeto e teria como contrapartida a adoção de medidas para reduzir o rombo nas contas do governo em US$ 917 bilhões ao longo da próxima década.
O segundo aumento seria de até US$ 1,6 trilhão e ocorreria em 2012, mas somente se os congressistas concordassem em cortar os gastos federais em mais US$ 1,8 trilhão.
O deputado republicano John Boehner, que preside a Câmara dos Representantes, está tentando obter um número de votos suficiente para aprovar o projeto. A maioria dos deputados é republicana, mas alguns discordam do plano. Os democratas, que são minoria na Câmara, devem votar em bloco contra o projeto de lei.
Se os democratas permanecerem unidos contra o plano, Boehner precisará do apoio de pelo menos 217 dos 240 republicanos da casa para aprová-lo.
Todos os 53 senadores democratas prometeram se opor ao plano se ele for aprovado na Câmara.
Entenda a proposta defendida por Obama
O presidente dos EUA, Barack Obama, quer que o Congresso eleve o limite de endividamento apenas uma vez, de forma que não haja necessidade de debater esse assunto novamente ao longo de 2012, ano de eleições no país.
"Nós absolutamente precisamos evitar a crise iminente que poderia forçar o governo dos EUA a um default e colocar nossa economia numa espiral de queda", disse o presidente do Comitê de Regulações da Câmara, o republicano David Dreier, no início do debate. "Não podemos e não faremos isso de forma a criar uma crise ainda maior no futuro."
Já o líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, disse que "os republicanos não podem aprovar o curativo de curto prazo na Câmara hoje" e afirmou que a ala mais conservadora do Partido Republicano está "mantendo a economia como refém".
O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnel, respondeu às críticas de Reid, dizendo ser "inconcebível que eles efetivamente bloqueiem o único projeto de lei que pode passar pela Câmara e evitar um default no momento".
(*) Com informações das agências de notícias Associated Press e Reuters
fonte:globo